A Pixar conseguiu de novo! Em 2001, com Monstros S.A., tivemos alguns de nossos medos infantis (como monstros no armário) reinterpretados e transportados para um “chão de fábrica”. Tudo isso em um universo maluco, onde os monstros na verdade eram adoráveis e estavam apenas fazendo o seu trabalho. Em Divertida Mente, que estreia nessa quinta-feira (18/06), é utilizada uma fórmula muito parecida com a do sucesso de 2001. E sabe qual é a melhor parte? O resultado também é parecido.
Depois de alguns lançamentos medianos nos últimos 4 anos, é seguro dizer que a boa e velha Pixar está de volta. Mais uma vez o estúdio conseguiu fazer um filme que, acima da ótima qualidade técnica, é capaz de enlouquecer as crianças, emocionar os adultos e passar mensagens difícies, mas necessárias. Está tudo aqui! Divertida Mente possui o mesmo coração, a mesma alma e o mesmo diretor (Peter Docter) que fizeram você se apaixonar por Wall-E, ou até mesmo chorar descontroladamente com os primeiros 10 minutos de Up, provavelmente assustando a criança que estava sentada ao seu lado na sessão de cinema.
O filme nos apresenta dois mundos: o primeiro é o nosso, mas visto pelos olhos de Riley; já o segundo é dentro da cabeça da garota, onde conhecemos as suas 5 emoções básicas: Alegria, Nojinho, Raiva, Medo e Tristeza. Todas coloridas, fofas e adoráveis. Aqui, aliás, é onde reside uma das mais belas sutilezas do longa, ao mostrar que essa personalidade em formação ainda não tem gêneros bem definidos. Riley tem sentimentos “masculinos” e “femininos” no caldeirão que é sua mente pre-adolescente.
É dentro do cérebro de Riley que a magia acontece. Peter Docter, que além de diretor também é roteirista do longa, conseguiu “operacionalizar” a mente humana, transformando a maluquice que é a formação da personalidade de uma pessoa, em um universo colorido com elefantes cor de rosa, ilhas de personalidades (que mais parecem parques temáticos) e memórias que são armazenadas em bolas cintilantes.
A simplicidade no “mecanismo” que mostra como funcionam os pensamentos de Riley, operados por suas 5 emoções básicas, torna a experência acessível para as crianças e extremamente divertida para os adultos. As emoções discutem entre elas da mesma maneira que você discute com seus colegas de trabalho antes de tomar alguma grande decisão. A diferença aqui, é que o clichê da mensagem que mostra a importância do trabalho em equipe, troca colegas/amigos/família por emoções, mostrando a importância que cada uma delas tem na formação de uma pessoa.
Se não bastasse a marretada na cara de sentimentos que o filme te dá, ele também é visualmente lindo e está repleto de conceitos e piadas que funcionam muito bem. Nada fica de fora, nem mesmo o porque daquela música irritante voltar constantemente para a sua cabeça.
Enfim, Divertida Mente é um filme sobre a mente humana, mas está repleto de coração. Sim, é com esse trocadilho barato que eu deixo a minha recomenação final: corram para os cinemas! A Pixar voltou!!