P.S. O dia que vierem em Vila Velha no ES, tenho uma cachaça (Safra de 2003) para o Léo apreciar.

Tu que é nossa ouvinte de longa data sabe o cuidado que temos para evitar spoilers de filmes de 15, 20 anos, caso a “surpresa” seja algo que influi diretamente na experiência positiva. Contar o final de Sexto Sentido para um jovem de 15 anos, que nunca assistiu ao filme, é uma puta sacanagem. Arruina a experiência e quase invalida a mesma, já que não dá pra reassistir o filme com olhos ingênuos. Se é necessário o fazer, normalmente avisamos.

No meu ponto de vista, o “spoiler” discutido no programa sobre o filme Passageiros não corrompe a experiência, salvo o fato acontecesse no final do filme (com ares de GRANDE REVELAÇÃO). Contar um filme sobre um caso de amor pra depois mostrar que esse amor podia ser uma grande sacanagem de uma das partes, seria impactante e decisivo. Eu estaria PRIVANDO a pessoa de viver a experiência de ver o filme com olhos ingênuos para ser surpreendida ao final. Definitivamente esse não é o caso. Passageiros mostra esse fato como algo corriqueiro e necessário para o desenrolar da trama, é algo que deveria ser contado para o espectador até mesmo em peças de divulgação. Se fosse uma obra minimamente honesta, transformaria isso no cerne do plot e não em perfumaria barata jogada como pós-conflito para criar alguma tensão no ato final. É como tratar como spoiler que Christian Grey curte práticas sado, do espectador de Cinquenta Tons de Cinza (PÉSSIMO exemplo, mas era o que tinha por hora). Se você se importa com o fato de um psicopata ter definido o destino da personagem, esse deveria ser o cerne do filme, se não se importa… bom o conflito inexiste, já que não é isso que movimenta a trama.

Tenho como régua o trabalho de três críticos que respeito bastante, dois brasileiros e um americano. Dois deles (um daí e outro de cá) julgaram honesto detalhar esse “spoiler” em seus textos de introdução, por o julgarem parte do plot. Perdão se achou vacilo, mas devido a todo o exposto acima continuo com minha convicção.

Abraço!