Humor é algo muito pessoal. Basicamente, o que faz eu me contorcer de tanto rir, pode não causar nenhum efeito em você. Uma das situações sociais que eu tenho mais pânico, é quando algum parente, ou amigo, me chama para mostrar um vídeo “muito engraçado” que eles acabaram de achar no Facebook. Parabéns! Você acaba de entrar em um limbo, onde sua cara vai oscilar entre um sorriso falso e comentários vazios do tipo, “rá, muito bom!” Lógico, nem sempre é esse o caso, mas não há dúvida de que isso acontece muito mais do que a gente gostaria.
Mas, como eu estava dizendo, humor é algo pessoal. Justamente por isso, é complicado um indivíduo subir em um pedestal e dizer o que funciona, ou não.
Ok! Como vocês podem ver, eu estou enrolando. Tudo isso, porque eu não quero falar sobre Pixels, novo filme do Adam Sandler (essa frase já define a minha crítica), dirigido por Chris Columbus e que chega aos cinemas brasileiros nessa quinta-feira (23/07). Não quero, mas vou. Para isso, eu vou subir em um pedestal e dizer que o humor do filme simplesmente não funciona (deal with it).
Eu gosto da ideia central do longa. Sou da geração Atari e minha infância foi marcada por jogos clássicos como Pac-Man e Asteroid. O grande problema de Pixels, é ser um filme do Adam Sandler, que está com cara velho cansado e parecendo, cada vez mais, com o vovô Simpson.
Mr. Sandler é Sam Brenner. Um cara que nasceu para jogar Arcade e que estava destinado a ser uma pessoa especial. Mas, quando garoto, ele perdeu o campeonato mundial de Donkey Kong para Eddie (Peter Dinklage) e seu futuro brilhante se transformou em mer**. Seu melhor amigo, Cooper (Kevin James), virou presidente dos Estados Unidos, enquanto Sam trabalha para uma empresa que instala TV’s (!!!!). Ligar o aparelho na tomada e conectar uma por** de um cabo hdmi, aparentemente, é trabalho para um especialista. Se você gostar do filme, não se sinta culpado por encarar essa profissão antiquada como um recurso de roteiro para dizer que aquele personagem parou no tempo. Como eu achei o filme terrível, vou dizer que é bizarro e que isso só seria aceitável em um roteiro escrito pela minha vó.
Além de aguentar a cara do Adam Sandler por 105 minutos, Pixels também tem um sério problema de ritmo. Piadas são interrompidas por cortes bizarros para mostrar outras pessoas rindo, ou reagindo aos absurdos ditos por Sam, que – assim como todos os outros personagens de Adam Sandler – é um comediante do cotidiano, sem papas na língua e ligeiro em seus comentários jocosos. Da mesma forma que o chato precisa explicar a piada, o filme corta a narrativa para dizer que AQUELE é o momento em que você deve rir.
Mas claro que o filme não é uma desgraça completa. É divertido ver os jogos clássicos dos anos 80 tomando vida e tentando matar Adam Sandler. A sequência com Pac-Man aterrorizando as ruas de Nova York ficou bem legal. Mas, infelizmente, o filme resolve apostar mais no maldito Sandler do que nas ameaças pixeladas. Pixels vai fazer dinheiro e muitas pessoas vão curtir. Não há nada de errado com isso. Particularmente, eu já tenho o meu favorito para o próximo Fambroesa de Ouro, mas deixo aqui o meu mais sincero… DIVIRTA-SE!