Papricast 235 /// mãe!

Se você assistiu mãe! provavelmente amou ou odiou. Não costuma haver meio termo na avaliação do último filme de Darren Aronofsky. Se você ainda não assistiu, está perdendo uma das grandes experiências do cinema em 2017. Nesse programa comentamos sobre os mistérios e interpretações desse filme que tem deixado muita gente com a pulga atrás da orelha.

Spoilers: avisamos sobre o início da área de spoilers no programa.

[DOWNLOAD]

Ficha Técnica: Nesse programa Marton Santos e Leonardo Santos vão do céu ao inferno por  63 minutos.

Padrim Papricast

CLIQUE AQUI E SE ASSOCIE AO PADRIM

Patreon Papricast

CLIQUE AQUI E SE ASSOCIE AO PAPRICAST

ASSINE NOSSO FEED!

Feed, RSS e iTunes: http://feeds.feedburner.com/Papricast Para assinar no iTunes, clique na aba Avançado, e Assinar Podcast. Cole o endereço e confirme. Assim você recebe automaticamente os novos episódios.

Compartilhe
Comente
  • Darklinker

    Vai ter Spoiler abaixo!!!

    Só percebi do que se tratava o filme no final do segundo terço, ou seja, só quando se tornou bastante literal!!! Se tornou um hábito não assistir trailers ou comentários sobre filmes que quero assistir no cinema para não ”me contaminar” com outra opinião, e isso me deixou totalmente perdido na primeira hora de filme.
    No primeiro momento em que aparece o ”coração” num flash, minha primeira impressão foi de algo amorfo, pulsante, algo como um ovo ou casulo do capiroto (alien talvez?) ou ainda um tumor. E a Lawrence olhando aquela parede vazia decide mudar o cinza para algo ocre, seria ela tentando preencher seu próprio vazio? Tentando disfarçar sua ansiedade e dor se anestesiando com o pó amarelo brilhante, semelhante à tinta que deveria cobrir o cinza daquela parede? Um remédio que não cura a doença, só alivia um sintoma, um disfarce, uma tinta. Quando ela engravida não precisa mais de um anestésico, ela passa a se sentir completa, assim como se sente completando aquela parede vazia e por isso se desfaz da tinta.
    Aliás, a figura da Lawrence me parece uma mistura de Eva, Lilith e Maria, assim como a Pfeifer se mistura em Eva e Serpente. A Lawrence é virgem mesmo estando casada, ou pelo menos é o que faz parecer, a mancha de sangue no chão não tem aquele formato só ao acaso, assim como ela averiguando o estado da mancha, cobrindo com um tapete, se preparando para receber uma gravidez, depois trocando a madeira para tentar restaurar o estado de pureza (…)
    Sim eram as pragas do egito: moscas, sapos, envenenamento das águas com sangue.
    Sim, tem um ritual de unção tipicamente católico, assim como todos ritos de uma cerimonia tipicamente católica, bem literal.

    A partir do momento em que percebi do que se tratava o filme, realmente se tornou bastante literal!!! Juntei no cimena mesmo os acontecimento bíblicos (que também não sou conhecedor aprofundado).

    E no final quando ela pergunta: O que você é? E ele responde: Eu sou o que sou. E então ela pergunta: E o que eu sou? E ele responde: Você é a casa! Ela parece saber disso… Se questiona e questiona ele sobre o que mais ela pode dar a ele e no momento seguinte diz: Pode pegar! E se recomeça o ciclo… Acho que a Lawrence e a casa, por consequência, é a própria humanidade,acho que a câmera está nos ombros da Lawrence para nos mostrar que nós somos ela. A passividade dela somos nós vendo tudo errado e simplesmente não fazendo nada de efetivo, nós estamos deixando nós mesmos destruir nossa casa, ou seja, a humanidade está se destruindo! Mas aparentemente nós vamos, como imagem e semelhança, cometer erros repetidamente para satisfazer uma vaidade ignorante, egoista e egocentrica, que parece ser insaciável. Talvez para percebermos que somos não imagem e semelhança, mas autores de poemas menores, versos avulsos, em busca de saciar um tipo de vaidade particular. A casa não tem espelhos, para que não nos seja mostrado nossa verdadeira face, que é feia, nós somos a criatura lovecraftiana.

    Enfim, e por fim, acho que o MBL não reclamou do filme e da cena do canibalismo infantil porque não há dentro do movimento quem seja capaz de entender sequer do que se trata o filme, por mais literal que seja.

    • Bia Tomas

      Cara, que comentário foda.
      Adorei a sua interpretação!!

  • Juliana Zanezi

    Muito bom, gentem! Concordo com a maioria do que vcs colocaram! Saí do cinema chorando e meio desgraçada da cabeça, tenso kkkkk
    Mas, então, o dilúvio rola sim, bbs! A TAL DA PIA Q NÃO TA CHUMBADA! Lembram que quando ela estoura, a humanidade toda some da casa? Eu interpretei assim ahahahaha
    O líquido amarelo ele disse que nunca ia revelar, maldito ahauahauas
    Outra coisa: acho que vocês precisam agregar uma mina firmeza (maybe feminista sim) no papricast (não que eu esteja me candidatando….;) ) pra falar destas questões da mulher e da representação do feminino nas obras… ainda mais nessa! E na de Handmaids Tale também faltou ahahahah (ouvi antes)
    Otimo cast como sempre <3

  • Jonathan Rigueira

    Por esses e outros atrasos no cast que não quis ser patrão/padrim…

    • martonsantos

      Legal, Jonathan.

  • Arkhanjo Adriell

    So pra constar que vcs são o melhor podcast de cultura “POP” atual

  • gabs stitch

    O pó amarelo lembra aquilo que ela usa para pintar e reformar a casa, e a própria Mãe é ao mesmo tempo aquele corpo e a casa, percebam a grande ligação entre as duas, então eu vejo o pó amarelo como a conexão palpável, e ela toma pois é da casa que ela tira suas forças para enfrentar as dificuldades

  • Katia Barga

    Super legal o cast, adorei. Sai extremamente impactada do cinema, depois de entender as alegorias o filme muda todo e é como se a repente tudo fizesse sentido …
    Eu diria que o plot twist do filme é simplesmente entender do que ele está falando.
    Se vocês estão assustados com o rumo que as coisas estão tomando, vocês não fazem ideia de como nos mulheres estamos em pânico.
    A ge te vai dormir e acordar dentro de handmaids tale daqui a pouco.
    Aliás, merece um episódio tbem 😉

  • Paloma Delgado

    Papricasters, o remédio amarelo eu entendi como “perdão”. Soou estranho? Eu explico. Toda vez que a humanidade cometia um pecado, como luxúria, inveja, etc, ela tomava o remédio amarelo. Isso não fez sentido pra mim até que ela engravidou e colocou o remédio fora, afinal estaria vindo o “Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo”. Jesus veio para trazer o perdão e a salvação, por isso ela não precisava mais do remédio.
    Vocês têm outra teoria?

    • martonsantos

      é uma interpretação interessante!

  • Saulo José de Souza

    Na minha sessão no cinema, um cara odiou tanto o filme, que chutou uma lixeira na saída.

  • Morbeck

    Vocês comentaram sobre ela gerar o filho de Deus e assumir o papel de Maria, mas pra essa situação o que eu imaginei foi que ela era apenas uma representação do mundano, a união do Deus com algo da terra pra gerar um filho, então pensei nela conter em si, de forma geral, a representação de Maria e não ser ela efetivamente. Por falta de opção vi dublado, mas acho que foi até melhor, por que assim fiquei livre para prestar atenção nos detalhes. A Bíblia traz que Deus criou o homem a sua imagem e semelhança e vemos no filme uma representação de Deus que não é exatamente perfeita. Só mais uma coisa, no final, o que gera a reconstrução da casa é o amor dela por ele, que eu fiquei imaginando que poderia ser traduzido como a fé que humanidade tem.

    • martonsantos

      exato… é a fé!

  • http://filmaiada.com/ Matheus Araujo

    Eu compreendo o desgosto em relação à falta de liberdade interpretativa que mãe! nos deixa, mas será que esta decisão não se justifica com aquele papo do Aronofsky querer de fato fazer algo pelo planeta e daí optar por não deixar desentendimentos quando a sua mensagem ambientalista?

    Não que essa proposta seja tão eficaz, porque como vocês bem lembraram o filme está sendo mais comentado pelos detalhes das suas metáforas do que realmente pela rica discussão que poderia ser gerada sobre, por exemplo, nosso descaso com a Natureza; a abordagem de Deus como um personagem controverso, imperfeito; a nossa glorificação do masculino em detrimento do feminino; como todos esses pontos de vista se conversam; entre muitas outras leituras…

    No mais e como de costume, excelente papricast!

  • Morbeck

    Tava querendo muito ouvir vocês falando sobre esse filme. <3

  • Jéssica de Aguiar

    Respondendo a dúvida sobre o remédio amarelo, o diretor explica que é uma referência do livro “O papel de parede amarelo”, de 1892. No livro, uma mulher é mantida presa dentro de um quarto pelo marido (que é médico) e medicada por ele. Na história, o marido a mantém dessa maneira pois acredita que ela é psicótica, como era típico na época de ser uma “doença de mulher”. Mantendo-a presa, a personagem passar a ficar cada vez mais obsessiva pelo papel de parede amarelo do seu quarto, que acaba servindo também de referência a cena do filme em que a Jenniifer está pintando/restaurando a parede também de amarelo.

  • Fred Roseiro

    Mais um excelente cast, curto muito as análises de vocês. Então, com relação ao líquido dourado, eu interpretei como a luz do sol, que ela mistura na água. São dois elementos essenciais à vida, e quando ela fica grávida (a vida sendo feita dentro dela) ela dispensa o remédio por não precisar mais.

    • martonsantos

      ó…faz sentido tb.

  • Diogo Batista Cassel

    Então galera, gosto muito do Podcast de vocês, mas segue alguns pontos. O dilúvio aconteceu, na hora que a pia arrebenta a pia, a água inunda tudo, e os humanos saem da casa depois que ela grita. Logo após isso ela diz “Deixa eu ir limpar o apocalipse”. A humanidade sai da casa, eles tem um período de paz, e depois ela volta.

    Sim, Caim e Abel são filhos de Adão e Eva.

    O Poema seria o plano de salvação da humanidade, logo depois disso a adoração aumenta, começam a se dividir em dogmas, começam as guerras. Isso parece meio claro quando o fã diz “Parece que suas palavras foram feitas pra mim”, e o Javier responde “Mas foram sim”.

    Enfim, têm mais coisas, mas não quero me alongar.

    • Fred Roseiro

      Eu entendi que a obra anterior dele era o velho testamento e o poema, o novo.

    • William Müller

      Sim, e logo após aparecem as pessoas d outras etnias: o kra negro e a mina asiática.

      • martonsantos

        o cara negro já havia aparecido antes, logo no início do velório.

    • Katia Barga

      Era isso que eu ia comentar, o dilúvio veio depois da pia cair. O inseto, parece que um sapo tb aparece, ouvi um comentário que seria aquelas pragas do Egito